segunda-feira, 10 de janeiro de 2011

2011: A MRI Odyssey

Já há vários dias que me andavam a oferecer casos clínicos lá no hospital. Quando finalmente achei que estava preparada para fazer consultas em inglês, lá aceitei um caso de convulsões.
Depois da consulta e respectivo exame neurológico a suspeita era de tumor intracraniano. Aqui, como meio de diagnóstico de eleição temos a bela da ressonância magnética! A MRI como dizem. Mas antes disto tudo era preciso fazer uns parâmetros sanguíneos e Rx torácico para ver se já havia metástases. Caso houvesse, a MRI já não seria essencial e os proprietários podiam arriscar não a fazer tendo em conta que custa mais de mil dólares.

No dia em que recebi a cadelinha, com todas estas coisas para fazer, não tivémos tempo para a dita MRI, já que os Rx aqui demoram imeeenso tempo a serem feitos. O posicionamento do animal tem de ser perfeito e todos os animais são sedados para se conseguir manipular os bichos decentemente. (Eu sei, é de loucos!)

Chegou o dia seguinte e lá fui eu com a cadela para a MRI. Chegamos lá com a cadela sedada e foi feita a indução anestésica e o posicionamento na mesa, (este não precisa de ser tão perfeito porque dá para regular ângulos no computador). Só esta parte demorou mais de meia hora. Quando carregam no ok para iniciar o scan, a máquina da erro. Estranho... Deve ser qualquer coisa dentro da sala que está mal conectada. Vão lá dentro verificar. Tudo bem, agora deve funcionar. Carrega-se no ok, ERRO! Muito estranho... Vão lá dentro, mudam o suporte da cabeça da cadela e o cabo que liga a máquina. Carregam ok, ERRO! Telefonam ao responsável pela ressonância, ele diz uma ou duas coisas e ERRO. 'Fuck' diz a técnica. Liga à Siemens. Não sabem que se passa portanto têm que vir cá ver o que se passa com a máquina. E agora? Tumografia computorizada (CT como eles dizem).

Bem já que a cadela está anestesiada, lá vamos nós para o CT. Não é tão bom para tecidos moles mas ao menos é alguma coisa. Como é óbvio não se ia cobrar nada aos donos. Depois de um CT sem nenhuma alteração e já que a cadela estava a dormir, porque não uma recolha de líquido cefaloraquidiano? (CSF tap)
Mal acabam a recolha, alguém vem informar que os senhores da Siemens já trataram de pôr a MRI a funcionar. Com isto já íamos em duas horas de anestesia. E agora? Lá vamos nós de novo, para a ponta do hospital onde está a ressonância. Na verdade, não é bem dentro do hospital, está no exterior numa espécie de pré-fabricado de luxo, mesmo à saída do atelier de anatomia (que por acaso é gigante, com imensos ossos, bichos embalsamados das mais variadas espécies, etc etc).

Resumindo e baralhando, a ressonância foi feita e infelizmente não veio limpa como o 'TAC'. No entanto não é um processo tumoral, o que é bom. O mau é ainda não sabermos o que se passa. Mas vamos lá chegar!

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